Com a polÃtica eleitoral chega a moda dos abraços em Ilhéus
Walmir Rosário
A campanha eleitoral traz consigo uma série de modismos, geralmente em forma de protestos e patrocinados por candidatos ou coligações. Alguns chegam para ficar e até continuam no dia-a-dia do comportamento da comunidade. Os famosos abraços em equipamentos públicos são os que estão mais em voga, apesar de nem sempre despertarem o resultado esperado pelos promotores.
Um evento, para ter sucesso, geralmente depende da credibilidade dos seus patrocinadores, que agem sempre à sorrelfa, escudados em alguns liderados que se dispõem a aparecer como mentor intelectual e executivo desses atos. Claro que a sociedade não acredita, tendo em vista o “modus operandi” onde são expostas todas as digitais do político dissimulado. Mesmo assim, poucos se manifestam.
Em Ilhéus não é diferente e, recentemente, esses fatos ficaram evidenciados em eventos como os abraços ao antigo prédio do Colégio General Osório, hoje Biblioteca Pública Adonias Filho, local que também sedia o Arquivo Público Municipal João Mangabeira. O prédio, que passa por reforma, recebeu o abraço simbólico, embora muitas das pessoas que participou do ato sequer sabia do que ali fazia ou que existia uma reforma em andamento.
Como a moda está pegando, daqui pra frente a população de Ilhéus vai ter muito o que se esforçar para simbolizar suas perda através de abraços. E o primeiro deles poderia ser dado à área na qual funcionou por décadas a fio o terminal da Petrobras, responsável pela geração de emprego e renda na cidade,
O antigo Moinho de Trigo, implantado junto ao Porto de Ilhéus e que prometia centenas de empregos e colocar a cidade num novo patamar de produção e desenvolvimento, se transformou num elefante branco “hibernando” na brisa marinha. Esse seria mais um dos equipamentos que merecem a distinção e honraria de nossa sociedade, ou melhor, dos nossos políticos preocupados com o futuro de Ilhéus.
Os abraços poderiam, ainda, abarcar a antiga engarrafadora de gás de cozinha Brasilgás, outra empresa que deixou Ilhéus por falta de oportunidade, desempregando dezenas de ilheenses. Como se vê, melhor seria promover um grande abraço à cidade inteira, que perdeu uma série de empresas, equipamentos públicos, com a finalidade de lembrar aos nossos políticos que Ilhéus é dos ilheenses e não apenas de um grupo de aproveitadores.
O autor é jornalista